Edmundo González deixa a Venezuela e recebe asilo na Espanha neste sábado (7):
Quem é González?
Edmundo González é um político venezuelano, opositor ao regime de Nicolás Maduro. Ele se destacou como candidato presidencial nas eleições de 28 de julho de 2024, disputando contra Maduro. González ganhou notoriedade ao afirmar que teria vencido as eleições com 67% dos votos, contestando os resultados oficiais anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declarou Maduro vencedor com 51,97% dos votos.
González foi uma figura central na crise política que se seguiu às eleições, com sua campanha questionando a transparência do processo eleitoral e a falta de divulgação completa das atas das urnas. Acusado de conspiração, incitação à rebelião e outros crimes, González acabou se refugiando na embaixada espanhola em Caracas e solicitando asilo político, posteriormente deixando a Venezuela para buscar proteção na Espanha.
A vice-presidente da Venezuela anunciou a concessão de “salvo-condutos” para garantir sua saída, em prol da estabilidade política do país.
Edmundo González, adversário de Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho, deixou a Venezuela neste sábado (7) e seguiu para a Espanha, onde buscará asilo político.
“Edmundo González já está a caminho da Espanha em uma aeronave da Força Aérea Espanhola”, informou José Manuel Albares, ministro espanhol das Relações Exteriores, durante uma parada em Omã, em sua rota para a China. O governo espanhol já iniciou os procedimentos para atender ao pedido de asilo, destacou o ministro.
Delcy Rodríguez, vice-presidente venezuelana, comunicou anteriormente nas redes sociais que González havia se refugiado na embaixada espanhola em Caracas e que havia solicitado asilo político. “O governo venezuelano, em acordo com a Espanha, concedeu salvo-condutos para facilitar sua partida, visando à paz e tranquilidade do país”, acrescentou Rodríguez.
O advogado de González, José Vicente Haro, também confirmou a saída de seu cliente, sem entrar em maiores detalhes.
Contexto do caso
A partida de González ocorre em um momento de tensão política no país, após as eleições em que Maduro foi oficialmente reeleito para um terceiro mandato. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a vitória de Maduro em 28 de julho, com 6,4 milhões de votos (51,97%) contra 5,3 milhões (43,18%) de González. No entanto, a oposição contesta os resultados, alegando que González teria recebido 67% dos votos, enquanto Maduro teria ficado com menos de 30%.
O CNE afirmou ter sido vítima de um ataque cibernético, impedindo a divulgação completa dos resultados eleitorais, o que gerou desconfiança e protestos por todo o país, resultando em 27 mortos, 192 feridos e mais de 2 mil detidos.
Além disso, a crise política levou a atritos entre Venezuela e Brasil, após Caracas revogar a autorização para que o governo brasileiro representasse a Argentina na embaixada venezuelana, onde colaboradores da oposição estão refugiados desde março.
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