FAB divulga relatório sobre queda de avião:
A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), divulgou nesta sexta-feira (6/9) um relatório preliminar sobre o acidente que causou a morte de 62 pessoas em Vinhedo (SP). O documento revelou que a aeronave estava em condições adequadas para voar em áreas com gelo, possuía pilotos qualificados e estava com a manutenção em dia. No entanto, há suspeitas de que o sistema anti-gelo tenha falhado.
Os investigadores do Cenipa analisaram duas caixas-pretas do avião da companhia Voepass. Segundo o Tenente-Coronel Paulo Mendes Fróes, responsável pela investigação, em dois momentos foi possível ouvir comentários sobre a presença de gelo. O primeiro registro de voz, por volta das 12h15, indica que o comandante mencionou um problema no sistema de alerta de formação de gelo. Aproximadamente uma hora depois, às 13h20, o copiloto comentou sobre a presença de “muito gelo”, poucos minutos antes da queda.
Ainda conforme o relatório preliminar, a aeronave manteve uma altitude de 17 mil pés até o momento em que começou a perder altura. De acordo com Fróes, o avião estava realizando uma curva de descida em São Paulo, quando entrou em uma posição vertical e iniciou um “parafuso para o lado direito”. Posteriormente, a aeronave estabilizou na horizontal, mas entrou em um “parafuso chato” até atingir o solo.
“O parafuso é uma condição anormal, extremamente incomum e inesperada. As aeronaves têm sistemas certificados para evitar essa situação, com alertas e comandos para prevenir que ocorra. Além disso, a tripulação recebe treinamento específico para evitar que a aeronave entre nessa condição. Diante dessa anomalia, é preciso investigar o que levou a isso”, declarou o Coronel Carlos Henrique Baldin, chefe da divisão de investigação do Cenipa.
Em momento algum houve registro de pedido de emergência por parte da tripulação, seja ao comando em São Paulo ou a outras aeronaves.
A investigação do Cenipa também confirmou que a aeronave estava com a manutenção em dia, tendo passado pela última revisão em 24 de junho de 2023, e sua certificação de navegabilidade estava vigente. Inspeções diárias também estavam sendo feitas, inclusive no dia do acidente. As condições meteorológicas indicavam a possibilidade de formação de gelo intenso entre 12 mil e 21 mil pés de altitude, porém, o avião estava autorizado a voar nessas condições, e a tripulação era treinada para lidar com esse tipo de situação.
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